Vi, vivi e sobrevivi

Publicado em 14 Julho 2014,

Autor: Mitzi Shaid

Falar sobre transtornos mentais e em especial sobre o “transtorno afetivo bipolar de humor”, não é tarefa fácil, pois a mente humana é bastante complexa e exige-se certo conhecimento para que o diagnóstico seja efetivamente correto. Atualmente, o “transtorno afetivo bipolar de humor”, conhecido antes na literatura médica como “psicose-maníaco-depressivo”, vem atingindo cerca de 1% da população mundial, o que é uma quantidade considerável de pessoas que tem seu humor oscilando entre a depressão e a euforia. Por preconceito, a sociedade tenta a todo custo considerar o “bipolar”, como uma pessoa com características inadequadas à convivência salutar com outras pessoas, caracterizando-o como “ louco”, “ pirado”, e muitas vezes, taxando o portador de uma moléstia grave, incurável e em certos casos incapacitante, como uma pessoa que vive fora da realidade. O “bipolar” é uma pessoa que em algum momento de sua vida, por questões genéticas ou ambientais, deixa de produzir em seu cérebro os hormônios serotonina e endorfinas, neurotransmissores essenciais que produzem a sensação de bem-estar e que proporcionam conforto e estabilidade emocional. Pessoas portadoras de tal “transtorno”, sofrem uma instabilidade emocional sem precedentes, pois de uma hora para outra seu humor oscila, o que muitas vezes pode deixa-lo apático sem vontade de fazer nada, de viver e que podem entrar num estado depressivo e atentar contra sua própria vida. Tanto a depressão, quanto a euforia, não são condições satisfatórias de uma vida saudável, porque a pessoa portadora da “bipolaridade”, sente-se confusa e ao mesmo tempo confiante de que tudo pode fazer e dar certo. Esta questão deve ser vista com cautela e prudência, analisada por um médico da área de Psiquiatria e Psicologia que diante dos fatos relatados do histórico familiar e ambiental do “bipolar”, podem prescrever medicamentos que estabilizem as oscilações de humor. A terapia mais indicada para casos de “bipolaridade”, é a terapia- cognitivo- comportamental, que vai buscar dentro da intimidade pessoal do portador de tal transtorno, mecanismos para “reprogramá-lo” diante de sua nova condição e inserí-lo numa nova perspectiva de conceitos e valores psico-sociais. Ser portador de “transtorno- afetivo-bipolar de humor”, não é sinônimo de loucura ou qualquer outro conceito “ pejorativo”, que venha a constranger uma pessoa que não produz hormônios neurotransmissores essenciais para o bom funcionamento da saúde mental. Muito pelo contrário, pessoas “bipolares” são em sua essência, criativos, inteligentes e dominam certos dons que os “não bipolares” têm, mas é de fundamental importância que sejam efetivamente controlados com medicamentos e terapia. Desta forma, e, com o apoio de toda uma estrutura familiar que busque proporcionar ao “bipolar”, uma melhoria na qualidade de vida, a doença pode sim, ser controlada e em alguns casos severos onde não haja “ delírios e alucinações”, o portador de bipolaridade, pode levar uma vida saudável e feliz, pois é assim que todos devem viver.

Avaliações

0.0/5 pontuação (0 votos)

Compartilhe


Comentários